Coisas
Existem coisas
que não se explicam, coisas que não se contam e coisas que mesmo se quisesse,
não se conseguiriam explicar ou traduzir em palavras, em gestos ou em algo que
o valha. Há coisas que valem só por si, pela coisa que são. Falo da admiração,
do amor, da amizade. Falo de sentimentos e estados que o próprio ser humano
nunca vai entender na perfeição ao logo de toda a sua vida. Todos os dias
aprende com erros, aprende com tentativas falhadas e tentativas acertadas. Aprende
com o saber dos outros. Falo de coisas que nos fazem sentir bem só porque sim e
outras tantas que nos fazem sentir mal e não conseguimos tirá-las da cabeça
mesmo sabendo que é errado continuar a pensar e insistir no mesmo. No fundo,
vivemos a vida a achar, a ter ideias e a tentar pô-las em prática para que a
vida corra naturalmente como desejamos. Até aí, tudo bem. Depois, junta-se uma
outra coisa... E que coisa essa! O Sonho: os desejos mais verdadeiros, mais
cegos e mais loucos que podemos imaginar para a nossa viagem pela Terra. É aqui
que tudo parece desabar em dias de chuva e céu cinzento, ou então não, pelo
contrário, temos aqueles dias maravilhosos em que acreditamos que tudo vai dar
certo e andamos pela rua felizes como se a nossa música preferida tivesse a
tocar em todo o lado e nada mais nos incomodasse o ouvido.
A verdade é
que a importância das coisas é inquestionável. Uma coisa nossa vale mais do que
aquilo que possamos imaginar só por ser nossa e a ela ter associada a nossa
pretensão mais verdadeira... das coisas, claro está!
O que é certo
é que também a vida é uma coisa, uma coisa que vamos descobrindo a cada dia que
passa mais uma coisa sobre ela e da qual só queremos, por norma, tirar coisas
boas, coisas alegres e coloridas para essa coisa indeterminada que é a vida.
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