Toca, toca tão suavemente
que interseta o meu ouvido e alucina-me a mente como um truque simples de
magia.
Encontro aquilo tão
procurado universalmente. E essa tal descoberta fica para mim, na metade,
porque tenho medo, porque fujo, porque não o sei e porque no fundo até sei!
Deixo-me então ser levado
nessa louca aventura que me empurra para a corrente forte de um rio sem ponto
de chegada conhecido para mim.
Sinto uma brisa passar-me
na cara que me neutraliza por dentro, me limpa de ódios, de rancores e de
tristezas. Fico ali, despido de tudo, como uma árvore que perde as suas folhas
verdes estação após estação!
Sou dono da vida, da
minha que é minha. Mas nela tenho os sonhos, que não são meus, então, de que posso ter eu a
certeza?
Apenas da incerteza que,
sucessivamente me tem surpreendido. E os sonhos que permanecem na minha mente,
ganham asas com a chegada de novos ares, de novas terras, de novas pessoas e de
novos pensamentos, que não irão passar disso, de pensamentos despejados em mim
que não saíram à rua por serem os certos, mas os que ninguém concorda ou quem
concorda diz discordar.
Agora, a certeza que
tenho é que o som que me transporta é o do batimento da vida, do pulsar do meu
coração ao encontro daquilo que quero!
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