domingo, 7 de novembro de 2010

Ponto de Partida

O vento soprava forte, enquanto eu descia a avenida em direção à discoteca, onde me esperava mais uma noite de loucuras.
Ao passar pela “Rua da Imaginação”, deparo-me contigo. Estavas num banco de jardim com um ar triste. Fiquei sem saber o que fazer, se seguir para a noite alucinante que me esperava, ou finalmente ganhar coragem para me aproximar de ti.
Nunca falámos, é certo, mas os nossos olhos já viveram mais que nós. Não éramos estranhos um do outro, mas será que era o momento certo para falarmos? (Ao olhar para aquela dança de estrelas que o céu exibia, tive a certeza que era o momento certo).
Comecei a caminhar até chegar a ti, foi então que a boca me traíra e o olhar não desviava…
Estático, era como me encontrava, ficámos num frente a frente, nenhum de nós avançava, éramos como o espelho um do outro. Via-me em ti, embora os teus olhos tivessem brilhantes devido à tristeza que carregavas contigo, mas que depressa a queria acalmar.
Lá começou o diálogo, de uma forma bastante estranha, mas o importante é que começou.
Após um contacto tão forte com o teu corpo, foram feitas as apresentações que, de certa forma já estavam mais que feitas. Mas assim foi mais fácil para começarmos a nossa possível grande amizade.
A hora já ia bem avançada, mas os temas foram surgindo uns atrás dos outros, como todos aqueles sorrisos que compartilhávamos. Parecia tudo tão mágico.

Estávamos sintonizados com o brilho da lua
Enquadrados olhos nos olhos
Tomando o tempo como uma variável sem fim.

Esqueci a noite alucinante, e troquei-a por uma noite linda que brilhava ainda mais a cada sorriso teu.
A Lua já se despedia e o Sol bom dia dizia. Nunca uma conversa tinha durado tanto tempo, e nós nem demos por ele…
Cada vez inventávamos mais assuntos para que não surgisse a ideia de nos “despedirmos”, se bem que isso seria apenas um curto “até já”. Queria ficar ali contigo até o mundo acabar, para poder dizer que vivi os melhores momentos da minha vida… Mas lá chegou a hora. Despedimo-nos, demos um abraço tão forte e caloroso, daqueles que se dá quando está um dia frio de Inverno. Ficámos ali alguns minutos agarrados, parecia cola daquela que, quando entra em contacto não descola. Foi tudo tão especial, cada minuto, cada segundo, cada momento que passámos, e que vivemo-lo como se fossemos um só.
Chegou a hora e lá íamos nós a caminhar em sentidos opostos, mas com um pensamento em comum, e sempre a olhar para o que já foi pisado… Aparece a primeira curva e, deixei de te ver. A saudade começou, o sentimento cresceu e naquela noite a minha vida mudou…



2 comentários:

Raquel disse...

Está lindo *-*
Revi-me tanto nele!
Vou seguir :)

Catherine Rodrigues disse...

fabuloso *.*
estou a seguir